segunda-feira, 15 de junho de 2009

12 x 03

Estou repetindo aqui o título colocado na semana passada neste Espaço Alternativo para reafirmar o que escrevi. O placar de 12 a 03 é resultante do que vi na sessão da Câmara do dia 2 de junho próximo passado. Alguns setores da imprensa e mesmo alguns vereadores andaram dizendo que dei a informação errada, pois o placar foi 11 a 03 e não 12 a 03. Na verdade não faz muita diferença, pois o que vimos foi uma derrota massacrante daqueles que não querem aumentar o número de sessões a cada mês. Os que colocaram 11 a 03 olharam apenas para a ata da sessão onde não aparece o voto do Presidente da Casa, Miguel Tosti (PTB) que não precisa votar. Mas o que não se pode esquecer é que ele assinou o parecer da Mesa que foi contrário à proposta de ampliar para tres sessões mensais. Alguns chegaram até a dizer em uma entrevista de uma emissora de rádio local que a vereadora Marilda Covas (PSDB) não teria votado. Mas eu fui até à Câmara durante a semana e na Ata da sessão consta o seu voto contra as tres sessões. Na Tribuna da Câmara a vereadora disse que estaria disposta a ter sessões até todos os dias, mas na hora de votar votou contra o aumento para tres sessões mensais juntamente com a bancada do seu partido. O fato é que apenas tres vereadores votaram favorável a mais trabalho na Câmara: Sebastião Santana (PSB), Boy (PTB) e Luis Lombardi (PR). O resto é balela.

Viação Cometa: Batatais / São Paulo


O cidadão batataense que viaja para São Paulo através da Viação Cometa nos horários da madrugada ou de lá chegam no horário que parte do Terminal Rodoviário do Tietê às 00h30, além de correr grande risco pela falta de segurança no posto do Cometa na Avenida Ana Luiza que permanece fechado tanto para quem chega quanto para quem sai ainda paga a tarifa de embarque sem ter o mínimo de atendimento. Não há lugar para sentar, nem banheiro e muito menos abrigo adequado em caso de chuva.
Na última quarta-feira, dia 10 de junho durante o Jornal da Rádio ABC enquanto a equipe do programa tratava dos riscos que correm os passageiros que partem ou chegam de São Paulo nos horários da madrugada um ouvinte ligou para a emissora denunciando que a Viação Cometa cobra nas passagens a tarifa de embarque sem prestar nenhum serviço para isso.
Além do mais, a Prefeitura que recebe da Viação Cometa os valores arrecadados das tarifas de embarque nenhuma providência toma sobre o assunto. No mesmo dia, em conversa com um cidadão que viaja regularmente nos referidos horários para a capital do Estado, ele mostrou-me uma passagem onde a tarifa de R$ 2,42 é cobrada e me disse que acabara de chegar da Prefeitura onde havia conversado pessoalmente com o Secretário de Finanças do Município, Henrique Raimundini que nem sabia do repasse da Viação Cometa para os cofres públicos. O Secretário teve que consultar o funcionário Higino que imediatamente confirmou o repasse das tarifas feitas mensalmente à Prefeitura.
O fato é que temos uma rodoviária muito bem localizada na cidade e nada mais justo que os cidadãos usufruam da mesma. Já que nem a Prefeitura, nem a Viação Cometa atendem os cidadãos, será que não seria o caso de uma intervenção do Ministério Público?

terça-feira, 2 de junho de 2009

Sessões da Câmara




A polêmica do aumento do número de sessões da Câmara Municipal chegou às ruas na semana passada e o reflexo pôde ser captado em parte pela enquete do espaço Opinião Popular da nossa colunista Regina Célia Rodrigues. A marcante maioria da população quer que haja não apenas as tres sessões propostas pelo vereador Sebastião Santana (PSB), mas quatro sessões, uma por semana. Na próxima terça-feira seria importante que alguns representantes do povo fossem à sessão a partir das duas horas para ver como será a votação de cada vereador com relação ao polêmico tema de ter que trabalhar um pouco mais. Alguns eleitores chegaram a reclamar do fato de dificilmente encontrarem os seus representantes lá na Câmara. Estão ficando cansados de verem vereadores bem pagos fazendo da vereança apenas um bico. Terça-feira o debate não será apenas entre Carlos Pupin (PSDB) e Santana (PSB). Será de todos!

Romagnoli x Ferreira ?




A Câmara Municipal de Batatais passará em breve por uma prova de fogo para demonstrar sua coerência. É que o TCE – Tribunal de Contas do Estado de São Paulo em breve enviará para os nobres edis os pareceres resultantes da análise de mais de trinta processos de compra com dispensa de licitações realizadas durante o primeiro mandato do atual Prefeito. Esse procedimento deve-se à representação feita pelo PT de Fernando Ferreira. O próprio Tribunal parece ter reconhecido ter errado. O eleitorado batataense deverá ficar atento e marcar presença nas decisões que envolvem os seus interesses. Será que há uma disputa única em nossa Estância entre Romagnoli e Ferreira? E os vereadores, o que dirão depois que condenaram Fernando Ferreira com a decisão do mesmo Tribunal?

The Beatles e o Satanismo.

O lançamento do livro The Lennon Prophecy, de Joseph Niezgoda está causando polêmica em diversas partes do mundo. O autor revela como John Lennon era obcecado pelo ocultismo, pelos poderes mágicos e pela numerologia. O livro também defende a idéia de que os “sinais sobre morte” há muito ligados a Paul McCartney eram realmente mensagens subliminares dando pistas sobre o destino fatal de Lennon.
De acordo com o livro, a subida meteórica dos Beatles e a sua permanência até mesmo quase quatro décadas depois que a banda se dividiu, é explicada por um pacto que John Lennon teria feito com o Diabo.
O autor do livro, além de músico foi fã do grupo a vida inteira. Pelo conhecimento que tem, ele explica no que o pacto foi feito pouco tempo antes de a banda experimentar seus grandes sucessos e terminou vinte anos mais tarde com o assassinato de Lennon em New York. O assassino do cantor, Mark David Chapman, foi preso e condenado a cumprir pena na Prisão Estadual de Attica, onde demônios foram expulsos dele.
Niezgoda surpreende muitos leitores devido a um capítulo em seu livro onde ele documenta diversos pactos satânicos ocorridos durante a história para reforçar o fato do pacto de Lennon. Claro que alguns não irão acreditar no pacto do músico por não crerem na existência de Satanás, mas isso não muda o fato.
Outro capítulo surpreendente do livro é o que trata das tragédias na vida de Lennon. Seus pais, Julia e Freddie, brigavam na justiça pela custódia de John quando aos cinco anos de idade foi forçado a decidir com quem queria ficar. Ao decidir ficar com o pai a mãe lhe perguntou se tinha certeza da decisão e ele correu para a mãe deixando o pai. Isso o fez crescer indeciso em tudo que fazia e seu abrigo quando fugia de casa era a tia Mimi.
No período escolar, John tinha problemas com os professores, com os colegas, fumava, proferia palavrões, roubava das crianças menores que ele e fazia tudo para conseguir dinheiro para comprar cigarros. Foi expulso de um coral de igreja por substituir as letras dos hinos por palavras obscenas.
Niezgoda cita o delírio sem precedentes e sem igual que cercava os Beatles como um dos sinais mais intrigantes sugerindo algo sobrenatural na carreira deles. Os rapazes de Liverpool, John, Paul, George e Ringo eram escritores e músicos de muito talento, mas o que os levou ao topo não foi meramente este fato. Os fatos sobrenaturais ocorridos na carreira do grupo e narrados no livro vão mostrar que o autor, mesmo sendo contestado por alguns mais céticos, não podem ser ignorados.
O título do livro é justificado pelo autor pelo fato que ficou conhecido na época em que o foco estava sobre as especulações de que Paul McCartney teria morrido em um acidente de carro e substituído por um sósia. Tudo pareceu bobagem, mas nem mesmo o sucesso alcançado pela sua careira solo mais tarde convenceu alguns fãs. Niezgoda explica que ele chama de profecia o fato que as histórias eram na verdade previsões futuras de tragédias não sobre Paul, mas sobre Lennon. Um fato ninguém contesta mais: os Beatles tinham assistência sobrenatural e não vinha do lado divino.





A marca registrada da elite brasileira


No último 20 de maio, li um texto memorável do Emir Sader: ele diz tudo o que eu pretendia a respeito da CPI da Petrobras. Na verdade, o primeiro pensamento que me ocorreu foi dito pelo presidente Lula, dias antes, ao embarcar para a China. Ele comentou algo como “CPI da Petrobras? Esses caras não têm mais o que fazer?”. Pois é, que merda. Esses caras não desistem: intermediar a entrega da Petrobras, como se fosse deles, para o Capital Internacional só pra ficar com um troco pela operação e a eterna gratidão do Big Brother pelos bons serviços de sempre. Só que o Big Brother já não agradece como antigamente, vide coluna Os Que Não Foram, onde comento que uma reles medalha foi tudo o que Tony Blair ganhou de Bush por ter apoiado as guerras de Washington. Mas, esta é a marca registrada do nosso subcapitalismo desigual e combinado – que combina a iniqüidade do atraso com a truculência do progresso. Sempre buscando representar o irrepresentável: a burguesia nacional que já não manda; o capital financeiro, que é o obstáculo ao desenvolvimento pois já se desligou de qualquer representação de classe, e cujos interesses promovem a exclusão – eis a contribuição genuinamente brasileira à práxis política global. A união ideal do Inútil ao Desagradável: estamos exportando entreguismo de ponta! O eterno gigante bobo adormecido com seu chocalho multinacional. Nosso sub-horizonte eleitoral “avança” em “marcha a ré para trás”, sinalizando, em 2010, com o que nos espera se ocorrer o retorno ao poder “desses caras que não têm mais o que fazer”. Mas vamos ao texto do Emir, do qual reproduzo alguns trechos:
“Dia 26 de dezembro de 2000, um dia depois do Natal, o povo brasileiro foi surpreendido por mais uma medida antinacional do governo FHC. O presidente da Petrobras, Henri Philippe Reichstul, anunciou que a empresa estava mudando seu nome comercial para PetroBrax. Segundo ele, o objetivo seria “unificar a marca e facilitar seu processo de internacionalização” (sic) (FSP, 27/12/2000). Afirmou ele que “a medida ganhou na semana passada o aval do presidente Fernando Henrique Cardoso”.
Segundo Alexandre Machado, consultor da presidência da Petrobras, a operação custaria à empresa 50 milhões de dólares, para realizar um projeto da agência paulista de design Und SC Ltda., “contratada sem licitação”, segundo o presidente da Petrobras. “Um dos argumentos favoráveis – relata a FSP – foi que o sufixo “bras” estaria, internamente, associado à ineficiência estatal. No front externo, um dos argumentos para a mudança da marca é de tirar a associação excessiva que o nome Petrobras tem com o Brasil. Segundo Norberto Chamma, diretor da Und, que apresentou a nova marca ontem para jornalistas, a desvinculação é importante para que a empresa não seja obrigada a arcar com os ônus dessa ligação.” (sic)
Ligação com quem, cara pálida? Com o Brasil? Com os brasileiros? Ou com nossa elite política?
“A direita subestimou a capacidade de resistência do povo brasileiro. Mas a operação durou apenas algumas horas. Apesar da tentativa de pegar o povo distraído entre Natal e Ano Novo, em dois dias o governo teve que retroceder da sua vergonhosa tentativa de preparar a maior empresa brasileira para “facilitar seu processo de internacionalização” – não há melhor confissão da intenção de privatizá-la do que a venda de ações na Bolsa de Nova York. O país estava submetido à nova Carta de Intenções do FMI, depois que o governo tucano de FMC e de Serra ter quebrado nossa economia pela terceira vez, havia indícios claros que a privatização da Petrobras, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil faziam parte das contrapartidas dos novos empréstimos que o FMI concedia ao governo de FHC. 26 de dezembro foi um dia da vergonha nacional, com essa tentativa fracassada de tirar o nome do Brasil da Petrobras, para tirar a Petrobras do Brasil. Sabemos que FHC estava totalmente de acordo.
Seria bom saber onde andavam e que atitude tomaram os que agora dizem se preocupar com a Petrobrás. Que posição teve, por exemplo, José Serra diante dessa ignominiosa atitude do governo a que ele pertenceu? E as empresas da mídia e seus funcionários colunistas? E que atitude tomaram os senadores, agora tão interessados nos destinos da Petrobras, ao subscrever o pedido da CPI, quando a existência mesma da empresa estava em jogo?
O certo é que estavam centralmente ocupados em apoiar o governo que tentou privatizar a Petrobrás, - que fez um balão de ensaio no dia 26 de dezembro de 2000 - mas teve que recuar, e agora tenta voltar à carga, no momento em que se discute a nova regulamentação da exploração do petróleo e todo o processo do pré-sal. Une suas atuações um profundo sentimento de desprezo pelo que é brasileiro, pela que a Petrobrás representou e representa para o país.” (in www.cartamaior.com.br) E não me venham com acusações idiotas de “nacionalismo” ou “populismo” porque estas só se aplicam às populações do Brasil ou América do Sul ou Terceiro Mundo, jamais às populações dos Estados Unidos ou Europa ou Primeiro Mundo, cujo patriotismo e protecionismo, quando não omitidos, são efusivamente elogiados.
O fato é que, entre eles, “patriotismo” associa-se a “protecionismo”, mas entre nós - para as nossas elites tão originais – “patriotismo” só é bom quando associado a “entreguismo”. Portanto: seja patriota, entregue logo a Petrobras.


29/05/2009
*A escritora paulistana Márcia Denser publicou, entre outros, Tango Fantasma (1977), O Animal dos Motéis (1981), Exercícios para o pecado (1984), Diana caçadora (1986), Toda Prosa (2002) e Caim (2006). Participou de várias antologias importantes no Brasil e no exterior. Organizou três delas - uma das quais, Contos eróticos femininos, editada na Alemanha. Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, é pesquisadora de literatura brasileira contemporânea, jornalista e publicitária.