terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

China, a maior produtora de bíblias do mundo


O mundo todo está de olho na China, esse gigante asiático que estará sediando as próximas olimpíadas. Mas há um detalhe interessante acerca desse país que não comemora o Natal e onde uma boa parte da população, jamais ouviu falar de Jesus ou o associa a uma lenda, tendo apenas 1% da população identificada como cristã.
Estamos falando de uma fábrica de Bíblias focada no mercado externo que já é a maior produtora mundial do livro restrito em seu próprio território. Desde que abriu, em 1986, a companhia Amity Printing já imprimiu 50 milhões de unidades, sendo que 80% delas estão escritas em mandarim e se vendem por menos de um euro. A empresa também edita algumas Bíblias em dialetos de minorias étnicas. O restante é exportado. O grosso vai para a África, Ásia e Europa Central. Há Bíblias em 90 idiomas desde o eslovaco até o Braille. O sucesso mais recente é a edição de bolso, dirigida ao público jovem.
A demanda tem obrigado a companhia a ampliar o negócio. A empresa está de mudança para novas instalações com 85 mil metros quadrados em um polígono industrial que compete com a Motorola e a Ford nos arredores de Nanjing, capital da província oriental de Jiangsu. A nova planta terá capacidade para imprimir um milhão de Bíblias ao mês e espera-se que produza uma em cada quatro no mundo em 2009. Será, de longe, a maior fábrica de Bíblias do mundo. Isso ocorre na China, um país nominalmente ateu.
A Amity Printing é uma joint venture formada por sociedades de caridade cristãs chinesas e inglesas. A maioria dos 600 empregados é camponesa sem devoção religiosa.
A fábrica não tem qualquer identidade religiosa e a empresa só tem permissão de distribuir as Bíblias através da Igreja Patriótica Católica, dependente de Beijing e única permitida. Estima-se que existam cinco milhões de fiéis na igreja oficial e 10 milhões fiéis a Roma sem contar os clandestinos e os evangélicos. Não é possível determinar o número exato de cristãos na China.
A Bíblia esteve proibida até que Deng Xiaoping chegou ao poder em 1978 e decretou a liberdade de culto. Mao via as religiões como superstições feudais que entorpeciam a modernização do país. Todos os textos sagrados foram jogados na fogueira durante a Revolução Cultural (1966-1976) quando o único livro que não era considerado subversivo burguês era o Livro Vermelho de Mao.
No princípio da década de 80 aconselhavam-se os estrangeiros a não entrarem no país com mais de uma Bíblia, o que fez florescer o contrabando. Apesar de hoje elas estarem proibidas, restritas à igreja oficial, já não é mais tão difícil encontrá-las em Beijing.
(Fonte de informações: Portas Abertas)

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