terça-feira, 28 de outubro de 2008

ONDE SERRA TEM PALANQUE?

Serra tem palanque em São Paulo e em Salvador, onde ganhou Geddel Vieira Lima, que é serrista desde criancinha.
Onde mais?
Nem em Porto Alegre, onde a governadora é tucana, mas Fogaça se elegeu pelo lado trabalhista (fora PT).
O partido de Serra teve um desempenho medíocre nas eleições do segundo turno. Segundo o UOL eleições, que torce mais pelo Serra que o Farol de Alexandria (FHC), a posição dos partidos no segundo turno é a seguinte: PT, PMDB, DEM, PV e PSDB.
Ah, dirão os tucanos: mas o PSDB ganhou em São Paulo... Sim, mas você pode dizer também que Lula foi o grande vencedor, porque a base aliada ganhou disparada, com quase 10 milhões de votos.
Como nenhum dos argumentos resolve a discussão, o interessante é perguntar: por que a vitória de Serra é maior do que a do Aécio? Ou por que a vitória do Serra é maior do que a do Lula?
E se as eleições municipais não tiverem nada a ver com 2010, como diz o professor Jairo Nicolai, na coluna do Mauricio Dias, na Carta Capital.
A única coisa realmente certa é que o PiG (Partido da Imprensa Golpista) e os tucanos vão precisar fazer o Lula sangrar. E a melhor maneira de realizar isso será demonstrar de forma cabal que o Brasil foi à bancarrota. Preparem-se: o PiG vai fazer da sua vida um inferno!

Paulo Henrique Amorim

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

UM NOVO PT PARA BATATAIS?

A causa, ou as causas da horrível performance do PT na eleição deste ano certamente será assunto de muita reflexão dentro do próprio partido. Para alguns, o PT isolou-se dos anseios da população local por falta de oxigenação na liderança, enquanto para outros a argumentação é que existe na mentalidade de alguns petistas históricos, certa confusão entre partido e governo, o que teria prejudicado até mesmo Fernando Ferreira durante o seu mandato na Prefeitura.
Vejo que o problema atual do partido aqui na Estância está mesmo na falta de alternância na liderança. Após a derrota do grupo do ex-prefeito Fernando Ferreira em duas eleições consecutivas, está na hora de fazer as devidas mudanças. Esse negócio de namorar o passado serve apenas ao atraso e inibe a formação de novos líderes.
Há pessoas capazes dentro da legenda que poderiam reconstruir o partido dentro da nova visão que o próprio presidente Lula tem. Arejar faz bem e não é necessário ser cientista político para diagnosticar que chegou a hora do Fernando Ferreira e seu grupo abrirem mão da direção partidária.
Mas a questão não é simples. Aos olhos de quem está de fora a nova liderança deveria ser do vereador reeleito, Professor Ricardo. Acontece, porém, que dentro da legenda o vereador é visto como uma espécie de “aliado dos adversários”, uma vez que não faz nenhum tipo de oposição ao Executivo na Câmara. Quando se opôs ao Executivo teria sido durante o próprio governo petista. Resta, então, a tentativa de estabelecer uma terceira via para a reconstrução da legenda e vem de novo a pergunta: Quem seria a pessoa certa para liderar esta terceira via? Fazendo um retrospecto entre as eleições de 2004 e de 2008, quem mais cresceu em termos concretos na votação popular foi a Andresa (Foto). Na eleição de 2004 ela obteve 250 votos e agora cresceu para 401 com 151 votos a mais. Nem mesmo o reeleito Professor Ricardo cresceu tanto, pois em 2000 e 2004 obteve exatos 435 votos e agora em 2008 aumentou apenas 55 votos indo para 490.
Como liderança emergente e com um forte grupo de apoio dentro das hostes partidárias, Andresa se credencia a dirigir os novos rumos do PT na cidade. Não é tanto uma questão de refundação partidária como querem alguns, mas de evolução política. Os sonhos da década de 80 quando o PT nasceu já foram realizados. Novos sonhos e anseios nasceram com a eleição e reeleição do Presidente Lula.
É necessário entender que toda força política precisa refletir periodicamente para não atrofiar sua capacidade de crescer dentro da sua própria história. A militância do PT começou a esvaziar-se depois que Fernando Ferreira chegou à Prefeitura. A forma de fazer política está sendo alterada, mas parece que essas “forças históricas” pararam no tempo e se alimentam do passado. Se o PT de Batatais cresceu na adversidade da oposição antes da eleição do Fernando Ferreira, agora, depois de duas derrotas consecutivas, sendo a última, uma derrota fragorosa, volta ao marco zero. Daí a necessidade de repensar e refazer-se como oposição racional e democrática. Afinal, a democracia em que vivemos é fruto de conquistas tanto do petismo quanto de outras forças populares que nasceram e cresceram sob a opressão da Ditadura Militar. Não é justo que dentro do partido surjam ditadores.

ESTRELA DA OPOSIÇÃO

Com toda certeza o vereador petista Professor Ricardo (Foto) continuará ocupando amplo espaço na mídia local. Os acontecimentos envolvendo sua candidatura no final do último pleito municipal estimularam os setores governistas da mídia que tem uma avidez mórbida para com a desconstrução dos petistas. Se nenhum filiado representar contra o vereador reeleito para que a Executiva do Partido dos Trabalhadores o encaminhe para julgamento na Comissão de Ética, estará lhe dando razão nos seus procedimentos que foram públicos, principalmente a fala agressiva na primeira reunião da Câmara depois das eleições. Não sendo punido, o vereador ganhará força e estará desmoralizando o restante do partido. É esperar para ver quais serão os próximos passos. Pela ordem, de acordo com os procedimentos internos do PT, pelo menos um filiado terá que fazer uma representação contra o Professor Ricardo ao Diretório para que este encaminhe o caso ao Comitê de Ética. O Comitê de Ética, por sua vez analisará o caso e dará o seu parecer para que o Diretório Municipal que é composto por 27 integrantes proceda à votação que poderá seguir ou não o parecer da Comissão de Ética. Em caso de derrota, o acusado poderá recorrer às duas instâncias partidárias, pela ordem, os diretórios, estadual e depois o nacional. A questão de perda ou não do mandato não compete ao partido, mas à Justiça Eleitoral que só entrará no caso depois que todos os trâmites partidários internos se encerrarem.

"Falsos e hipócritas são aqueles que tudo fazem com palavras, mas na realidade nada fazem." (Demócrito)

“O que é isso, Agostinho?”


Aproveitando-se da presença do seleto público presente no lançamento do filme “Todo Mundo tem Problemas Sexuais” durante o Festival do Rio, o ator Pedro Cardoso (Agostinho da Grande família - foto) fez um manifesto anti-nudez no cinema e na TV brasileira que teve grande repercussão nacional.
As palavras do ator foram duras e incisivas ao se referir às empresas de comunicação, dizendo que os produtores se apossaram “de uma certa liberdade de costumes obtida por parte da população nos anos 60 e 70 e fazem hoje um uso pervertido dessa liberdade”.


Confira o manifesto no blog do filme: http://todomundotemproblemassexuais.zip.net/
Pedro Cardoso é uma das poucas unanimidades no meio artístico brasileiro gozando de grande simpatia do público e prestígio da crítica. Por essa razão o seu manifesto adquire importância e deve ser levado em consideração.
Alguns atores e atrizes publicamente deram apoio ao colega, enquanto outros, obviamente, criticaram. Mas o mais importante mesmo é que o seu manifesto está gerando discussões e debates em torno do assunto.
Em 1997 o mesmo Pedro Cardoso participou do excelente filme “O que é isso, companheiro?”, retratando principalmente o episódio do seqüestro do embaixador estadunidense Charles Burke Elbrick. A polêmica causada pelo filme que trouxe à tona os porões da Ditadura, está sendo reprisada pelo manifesto do ator que trás à tona a podridão dos bastidores da TV e do cinema brasileiro.
No manifesto, Cardoso diz: “quando estou nu, sou sempre eu a estar nu, e nunca a personagem”, e “tirar a roupa não é uma exigência do ofício de ator, mas sim da indústria da pornografia”. Defendeu as atrizes afirmando que elas são as maiores vítimas dessa opressão da pornografia.
Pessoalmente sou defensor de todas as liberdades e me posiciono contra quaisquer iniciativas que visam tolher a liberdade. Mas entendo que a minha liberdade tem como limite o direito do outro. Portanto, acredito que o povo tem o poder de operar mudanças nas artes. Cabe a cada cidadão fazer uso do seu direito de criticar e rejeitar o que acredita ser inconveniente de acordo com a ética e os valores pessoais.
Portanto, vejo com bons olhos esse posicionamento do Pedro Cardoso e acredito que muitos outros artistas o seguirão, pois nem todos são seduzidos pelo sucesso a qualquer preço. Dinheiro e fama não deveriam comprar a honra e a dignidade de bons profissionais.
Como cristãos, sempre seremos confrontados com a decisão de viver os valores da nossa fé ou optar por escolhas que nos colocarão a favor da correnteza. Em última instância, cada um decide por si mesmo, pois temos o livre arbítrio.


O PESSOAL DO “QUANTO PIOR MELHOR”


Os defensores do “quanto pior melhor” se regozijam com o ”pior”.

Os tucanos – leia-se Fernando Henrique – e seus porta-vozes no PIG não conseguem se conter. Agora, o Governo Lula vai para o saco.

Nem que a economia brasileira vá junto... “Terremoto”, “tempestade”, “tsunami”, “montanha russa”, “recessão”, “desemprego”, “queda livre”, “azedo”, “bomba”, “mais um número ruim” - são algumas das expressões com que se iniciou o “Bom (?) Dia Brasil”.

O “pior” chegou, oba!

A Miriam Leitão, no Globo, tem uma política econômica alternativa e ensina ao Governo – pobre coitado! – o que fazer.

O Farol de Alexandria (FHC), em entrevista à revista Época, diz que o Presidente Lula mente ao povo. Logo ele, que quebrou o Brasil três vezes e foi três vezes ao FMI... .

O Farol diz que o Brasil vai crescer 2,5% ano que vem. Se for isso, será melhor do que a média dos oito anos medíocres do sub-Governo dele.

O presidente eleito José Serra critica pela enésima vez, na coluna de Guilherme Bastos – “Mercado Aberto”, na Folha – a política cambial do Governo: o “swap” vai dar errado!

O presidente eleito deveria falar da greve da policia civil, aquela que o Paulinho da Força comanda. Greve que não acaba.

Ou a monumental incompetência da Policia dele, a Policia Militar, ao “resgatar” as duas meninas seqüestradas. Aquele swap maldito, que mandou a Nayara de volta, depois de o criminoso a libertar.

Não, o presidente eleito fala de câmbio. Fala um conjunto de obviedades, que qualquer diretor da FIESP seria capaz de dizer. Porque o presidente eleito não tem política cambial nenhuma. O presidente eleito não ofereceu uma única idéia original nos 30 anos em que se apresentou como “preparado”.

A “política cambial” do presidente eleito é muito simples: o câmbio deve estar no ponto em que valorize as exportações paulistas e iniba as importações de produtos que possam competir com a indústria paulista.

Ele não tem política econômica, nem cambial. Ele tem uma política cambial boa pra São Paulo.

Uma política econômica boa para São Paulo.

Porque ele, como os tucanos em geral, acham que o que “o que é bom para São Paulo é bom para o Brasil”.

O que não deixa de ser uma re-leitura do “quanto pior melhor”...

Paulo H. Amorim

terça-feira, 14 de outubro de 2008

ELEIÇÕES DE 2012

Quem esperava que o candidato do PPS, Raul Vicentini (Foto)
se credenciaria como liderança oposicionista
aqui na Estância após o pleito de 2008, ficou decepcionado.
Se tivesse obtido pelo menos dez a doze mil votos
estaria cacifado como forte candidato para 2012,
mas com menos de cinco mil, ficou abaixo da critica.
Como houve fortalecimento das legendas mais à direita,
Batatais deverá ter nas próximas duas eleições para a prefeitura
apenas concorrência entre nomes de um só bloco político.
Com o tremendo fortalecimento do grupo do Prefeito Romagnoli,
resta apenas esperar para ver o que acontecerá no Legislativo a partir de 2009.

A POLÊMICA VEM DE LONGE

Quem pensa que a polêmica entre o vereador Professor Ricardo e parte do PT começou nesta eleição está enganado. Desde o seu primeiro mandato que veio com a eleição do Fernando Ferreira (Foto) para a Prefeitura em 2000, que a coisa começou. A cada eleição surge um embate. Sua candidatura sempre está desatrelada do restante do partido e ele não participa do conjunto da campanha nem das decisões, segundo informou o Presidente do partido, Fernando Ferreira, em uma entrevista à Rádio ABC na última terça-feira. A gota que faltava para transbordar o balde da discórdia aconteceu este ano quando o candidato não colou sua campanha à campanha da candidata petista, Cida Moreira. Um petista mais exaltado chegou a insinuar, em off, que o próprio Ricardo teria votado no Romagnoli e não no PT. Quando perguntei em que se baseava tal dedução a resposta foi simples: “Pergunte ao Professor Ricardo quem foi o advogado que assinou a representação judicial dele contra a coligação ‘Batatais Empreendedora’ e você verá uma luz no fim do túnel”. Não entendi a resposta e ainda não tive oportunidade de perguntar ao vereador reeleito. Quando o vir perguntarei e tentarei ver essa “luz no fim do túnel”.

DERROTA FRAGOROSA


O Prefeito Romagnoli impôs a maior derrota que uma oposição já sofreu aqui na

Estância: 81,12 % dos votos válidos!

Raúl Vicentini (PPS-PMDB) ficou com 13,52% dos votos e Cida Moreira (PT-PSC) com apenas 5,37%.

No total, essas oposições fizeram 4 dos 15 vereadores eleitos. Essa derrota fragorosa certamente imporá à oposição um período de reflexão e quatro anos de recomposição para as eleições de 2012.

Manteremos dez ou quinze vereadores?

Todas as coligações aqui da cidade lançaram seus candidatos para este ano pensando em um coeficiente eleitoral para eleger quinze vereadores. A polêmica começou quando o vereador Claret Jr (PTB), aproveitando-se de uma brecha na legislação eleitoral, apresentou o pedido para ampliação do número de vagas sendo aprovado por unanimidade pelos seus pares.
Como não houve nenhuma manifestação contrária, os partidos fizeram seu projeto político nas respectivas convenções para as eleições baseado nas quinze vagas. O judiciário e a promotoria, que poderiam ter impedido nada fizeram e, mesmo que ainda possam tentar impedir que sejam diplomados quinze vereadores, será muito difícil reverter a situação, pois tanto os candidatos quanto os partidos investiram em uma eleição regulamentada pela Lei Orgânica do Município para quinze vagas e não dez.
O Promotor de Justiça, Alexandre Padilha afirmou através da imprensa local que a alteração do número de vagas foi ilegal devido ao fato de o TSE não ter baixado nenhuma resolução disciplinando o número de cadeiras para vereadores este ano. De acordo com a sua interpretação, valeria para as eleições deste ano a resolução baixada em 2004.
Acontece que a resolução de 2004 deixou uma brecha, pois ela serviu especificamente para regulamentar o pleito daquele ano. Como não houve nenhuma outra resolução para a eleição de 2008, volta a valer o que determina a Constituição. E o que diz a Constituição? Ela outorga aos municípios, através das suas respectivas leis orgânicas, definir o número de cadeiras para a Câmara Municipal.
Quem for advogar a causa dos vereadores aqui em Batatais, poderá alegar que é necessário que se cumpra a Constituição e ela determina que compete à Câmara de cada cidade, definir o número de vereadores.
Caso semelhante aconteceu na vizinha cidade de Sertãozinho onde o também vereador do PTB, José Mazzer, apresentou no mês de agosto o aumento do número de vereadores de 11 para 17. A liminar da juíza Mayra Martins que mantinha as 11 vagas foi cassada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Agora, caso a Procuradoria Geral do Estado, que é o órgão de segunda instância do Ministério Público, poderá recorrer da decisão ao Supremo Tribunal Federal.