sexta-feira, 24 de outubro de 2008

“O que é isso, Agostinho?”


Aproveitando-se da presença do seleto público presente no lançamento do filme “Todo Mundo tem Problemas Sexuais” durante o Festival do Rio, o ator Pedro Cardoso (Agostinho da Grande família - foto) fez um manifesto anti-nudez no cinema e na TV brasileira que teve grande repercussão nacional.
As palavras do ator foram duras e incisivas ao se referir às empresas de comunicação, dizendo que os produtores se apossaram “de uma certa liberdade de costumes obtida por parte da população nos anos 60 e 70 e fazem hoje um uso pervertido dessa liberdade”.


Confira o manifesto no blog do filme: http://todomundotemproblemassexuais.zip.net/
Pedro Cardoso é uma das poucas unanimidades no meio artístico brasileiro gozando de grande simpatia do público e prestígio da crítica. Por essa razão o seu manifesto adquire importância e deve ser levado em consideração.
Alguns atores e atrizes publicamente deram apoio ao colega, enquanto outros, obviamente, criticaram. Mas o mais importante mesmo é que o seu manifesto está gerando discussões e debates em torno do assunto.
Em 1997 o mesmo Pedro Cardoso participou do excelente filme “O que é isso, companheiro?”, retratando principalmente o episódio do seqüestro do embaixador estadunidense Charles Burke Elbrick. A polêmica causada pelo filme que trouxe à tona os porões da Ditadura, está sendo reprisada pelo manifesto do ator que trás à tona a podridão dos bastidores da TV e do cinema brasileiro.
No manifesto, Cardoso diz: “quando estou nu, sou sempre eu a estar nu, e nunca a personagem”, e “tirar a roupa não é uma exigência do ofício de ator, mas sim da indústria da pornografia”. Defendeu as atrizes afirmando que elas são as maiores vítimas dessa opressão da pornografia.
Pessoalmente sou defensor de todas as liberdades e me posiciono contra quaisquer iniciativas que visam tolher a liberdade. Mas entendo que a minha liberdade tem como limite o direito do outro. Portanto, acredito que o povo tem o poder de operar mudanças nas artes. Cabe a cada cidadão fazer uso do seu direito de criticar e rejeitar o que acredita ser inconveniente de acordo com a ética e os valores pessoais.
Portanto, vejo com bons olhos esse posicionamento do Pedro Cardoso e acredito que muitos outros artistas o seguirão, pois nem todos são seduzidos pelo sucesso a qualquer preço. Dinheiro e fama não deveriam comprar a honra e a dignidade de bons profissionais.
Como cristãos, sempre seremos confrontados com a decisão de viver os valores da nossa fé ou optar por escolhas que nos colocarão a favor da correnteza. Em última instância, cada um decide por si mesmo, pois temos o livre arbítrio.


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