sexta-feira, 16 de maio de 2008

Só 7 escolas estaduais são de 1º mundo

Somente sete das 5.183 escolas estaduais paulistas possuem qualidade de ensino equivalente à média de países desenvolvidos, segundo dados da própria Secretaria da Educação. Nenhum colégio de 1ª a 4ª séries do ensino fundamental atingiu o patamar. Das sete que alcançaram duas são do ensino médio e cinco de 5ª a 8ª séries.
O desempenho foi apontado no Idesp (Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo), apresentado ontem pela gestão José Serra (PSDB), que será utilizado para verificar a qualidade de ensino das escolas. A intenção do governo é que os dados sirvam para que os pais acompanhem a evolução do colégio de seus filhos. Também serão utilizados como critério para bônus aos educadores - as secretarias da Fazenda, Planejamento e Gestão ainda definirão as outras variáveis.
O Idesp considera dois fatores: o desempenho dos estudantes em uma prova (o SARESP, do próprio governo) e o tempo que os estudantes demoram para se formar em um ciclo (fluxo escolar). A escala vai de zero a dez.
Além da criação do indicador, a secretaria estabeleceu metas para cada nível de ensino, para cada escola. Há objetivos a serem alcançados anualmente, mas a intenção é que em 2030 a rede esteja com patamares semelhantes aos países da OCDE (entidade que reúne os países desenvolvidos, como Alemanha e Finlândia).
Se estivessem na escala do Idesp, os membros da OCDE teriam média 7 para os primeiros quatro anos do fundamental; 6 para os anos finais desta etapa; e 5 para o ensino médio. Hoje, apenas sete escolas do Estado estão nesses patamares. As melhores no ensino médio segundo o Idesp -e que já estão no nível de países desenvolvidos- são: Papa João 6º, de Santo André (Grande São Paulo), com índice de 6,21, e Baptista Docli, em Dolcinópolis (599 km de São Paulo), que obteve 5,39. As médias na rede são 3,23 (1ª a 4ª); 2,54 (5ª a 8ª); e 1,41 (ensino médio).
Para a secretária da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, a qualidade na rede é baixa "porque nos últimos anos buscou-se colocar todos os alunos na escola; agora, é preciso trabalhar a qualidade".
Já a APEOESP (sindicato dos professores) atribui o baixo desempenho às más condições de trabalho, como salas superlotadas e salários baixos.
Da Folha de S. Paulo

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